
Um homem procurou o BR104 para denunciar que teve a receita médica do filho, Mateus Henrique Viana do Nascimento, de 5 anos, trocada pela de outro paciente que está internado no Hospital Regional da Mata (HRM), em União dos Palmares, na Zona da Mata de Alagoas.
O pai do menino, Pedro Viana do Nascimento, contou à reportagem que o filho brincava com outros dois irmãos na residência onde mora com a família, situada no Assentamento Santa Quitéria, quando caiu e quebrou o braço. O incidente aconteceu no último dia 22 de maio.
A criança foi socorrida com a ajuda de um vizinho até o HRM, onde passou por um exame de Raio-X que constatou a fratura. Ela ficou internada até a última sexta-feira (28/05), quando finalmente passou por um procedimento cirúrgico para a colocação de pinos.
No sábado (29), Mateus recebeu alta e foi para casa com a mãe, enquanto o pai foi em uma farmácia próxima comprar medicamentos para ajudar na cicatrização da cirurgia. Foi então que Pedro descobriu que a receita médica entregue a ele pertencia ao paciente Juarez Santos Silva.

À esquerda, receita médica entregue ao pai da criança. À direita, o documento que deveria ter sido entregue — © Gustavo Lopes/BR104
“Eu chegando na farmácia, pedi o medicamento, quando o farmacêutico colocou em cima do balcão um monte de remédio para eu pagar, aí ele disse, “olha, que tipo de remédio essa paciente vai tomar? Que paciente é esse? Porque aqui tem 28 comprimidos para tomar de 6 em 6 horas e é sério o grau do medicamento”, disse o genitor.
O remédio prescrito para o garoto foi Ibuprofeno gotas. No entanto, no receituário entregue pela médica, estavam descritas duas medicações, Cefalexina 500mg e Dipirona 500mg, o que, segundo o pai de Mateus, poderia levar à morte do filho, já que o medicamento não é indicado para criança.
“O farmacêutico disse “olhe, se você e eu agora não tivéssemos tido conhecimento disso aqui, o seu filho iria morrer se tomasse esse medicamento, porque esse tipo de medicamento deve ser tomado acompanhado com outro, pois ele é muito forte. E se seu filho tivesse tomado essa essa medicação, ia ser fatal para ele”, frisou.
Pedro então foi orientado pelos farmacêuticos, que, segundo ele, ficaram “abismados”, a voltar à unidade de saúde para pegar o documento correto e pedir um esclarecimento sobre o caso. No local, ele foi atendido pela assistente social que fez a troca das receitas e pediu desculpas pelo ocorrido.
“Ela também ficou aperreada com o fato, disse que isso estava totalmente errado e se desculpou. Depois, fez a troca das receitas e pediu para que eu fosse novamente ao hospital falar com a diretoria”, disse o genitor, afirmando que pretende entrar com processo judicial contra a unidade de saúde. “Se meu filho tivesse ido a óbito, eu que estaria no prejuízo”, concluiu.
O que diz o HRM
O BR104 entrou em contato com a assessoria de comunicação do Hospital Regional da Mata (HRM) que, por meio de uma nota enviada à reportagem, disse que “o hospital vai averiguar junto à comissão de segurança do paciente o ocorrido e melhorar o processo para evitar falhas. Quanto as medicações, não houve prescrição errada da criança e sim a entrega em conjunto de uma outra receita”.