
O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), de 70 anos, foi submetido neste domingo, 13 de abril, a uma cirurgia de emergência no Hospital DF Star, em Brasília. O procedimento, realizado pela manhã, foi motivado por uma obstrução intestinal agravada nos últimos dias e envolveu também a reconstrução da parede abdominal, que apresenta sequelas do atentado sofrido em 2018, durante a campanha eleitoral.
De acordo com o boletim médico oficial, a cirurgia foi considerada extensa e de alta complexidade. O procedimento, denominado laparotomia exploradora, foi conduzido pelo cirurgião Cláudio Birolini, especialista em parede abdominal, e teve como foco a liberação de aderências intestinais e a reparação da musculatura abdominal comprometida ao longo dos anos por múltiplas intervenções cirúrgicas.
Situação antes da cirurgia
Antes de ser operado, Bolsonaro relatou publicamente nas redes sociais que este foi, segundo ele, “o quadro mais grave desde 2018”. O ex-presidente revelou que os exames clínicos iniciais indicavam uma obstrução persistente, mesmo após tentativas de tratamento sem cirurgia. Ele também afirmou que os médicos se surpreenderam com a gravidade do caso.
Apesar da situação delicada, pessoas próximas disseram que o ex-presidente manteve o bom humor e contato com familiares nos momentos que antecederam a cirurgia. A escolha por Brasília, e não São Paulo — onde ele costuma ser atendido —, foi estratégica para estar mais próximo da família.
Histórico de saúde
Desde o atentado à faca sofrido em setembro de 2018, em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro já passou por mais de cinco cirurgias abdominais, incluindo reparos no intestino, hérnias e aderências internas. As complicações decorrentes do trauma têm se manifestado de forma recorrente, gerando internações ao longo dos anos.
Repercussão política
A internação e o procedimento cirúrgico geraram grande repercussão nas redes sociais e entre aliados políticos. Parlamentares do PL e de outras siglas conservadoras publicaram mensagens de apoio e votos de recuperação. O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, também usou suas redes sociais para tranquilizar apoiadores.
“A cirurgia foi bem-sucedida, e estamos confiantes na recuperação do meu pai. Agradecemos a todos pelas orações e carinho”, disse Flávio.
Do outro lado, figuras de oposição desejaram melhora, mas aproveitaram o episódio para reforçar críticas ao histórico de postura política do ex-presidente em relação à saúde pública e às instituições médicas durante a pandemia de Covid-19.
Expectativas e próximos passos
A equipe médica informou que novos boletins sobre o estado de saúde de Bolsonaro serão divulgados conforme a evolução do quadro pós-operatório. Ele seguirá internado em observação nos próximos dias, com atenção redobrada devido à sua condição cirúrgica pré-existente.
Até o momento, não há previsão oficial de alta.
Entenda a laparotomia exploradora
A laparotomia é uma cirurgia abdominal realizada para identificar e tratar anomalias internas, como obstruções, infecções ou lesões. Em casos como o de Bolsonaro, a operação é indicada para tratar aderências no intestino, que podem causar dor intensa, inchaço e risco de necrose intestinal se não forem tratadas a tempo.