
Uma pesquisa recente do instituto Datafolha indica que 56% dos brasileiros são contrários à concessão de anistia aos participantes dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas por manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições presidenciais de 2022. O levantamento ouviu 3.054 eleitores em 172 municípios entre 1º e 3 de abril de 2025, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O estudo também revelou uma divisão quanto às penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) aos condenados: 34% consideram as punições adequadas, 36% acreditam que as penas deveriam ser menores e 25% defendem penas mais severas.
Em meio a esse cenário, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) liderou, em 6 de abril, uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, em defesa da anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro. O ato reuniu aproximadamente 55 mil pessoas, segundo estimativas do Datafolha.
Durante o evento, Bolsonaro criticou as condenações, destacando o caso de Débora Rodrigues, cabeleireira condenada a 14 anos de prisão por vandalismo durante os distúrbios. Ele chamou ao palco a mãe e a irmã de Débora, afirmando que a pena aplicada a ela foi desproporcional.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também participou do ato e defendeu a anistia, comprometendo-se a dialogar com parlamentares para avançar com o projeto na Câmara dos Deputados.